Com: Karl Markovics, August Diehl, Marie Baumer, Devid Striesow.
Direção de Stefan Ruzowitzky.
Die Fälscher (Os Falsários) foi premiado com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2008; embora seja um filme de guerra, a sua abordagem é outra: não é um filme para falar das mortes, dos campos de concentração, perseguições e outros típicos tópicos característicos das produções que tentam "retratar" o conflito da Segunda Guerra Mundial.
O ponto de vista de Os Falsários é outro, até porque está inspirado no livro autobiográfico de Adolf Burger: conta a história da "Operação Bernhard":
Direção de Stefan Ruzowitzky.
Die Fälscher (Os Falsários) foi premiado com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2008; embora seja um filme de guerra, a sua abordagem é outra: não é um filme para falar das mortes, dos campos de concentração, perseguições e outros típicos tópicos característicos das produções que tentam "retratar" o conflito da Segunda Guerra Mundial.
O ponto de vista de Os Falsários é outro, até porque está inspirado no livro autobiográfico de Adolf Burger: conta a história da "Operação Bernhard":
Nos últimos anos da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha começa a falsificar, em grande escala, libras esterlinas e dólares americanos com o objetivo de enfraquecer a economia do Reino Unido (Segundo o filme, foram 134 milhões de libras esterlinas falsificadas, três vezes mais que a reserva dos cofres britânicos).
Para conseguir seus objetivos no maior sigilo absoluto, os alemães escolhem um grupo de prisioneiros seletos que estão nos campos de concentração: criminosos especialistas em tipografia, impressão e falsificação.
O filme se centra na personagem de Salomon Sorowitsch, considerado o maior falsificador da época. Ele é preso por esse motivo e é levado aos campos de concentração. Para sobreviver, ele aproveita as suas habilidades para desenhar; por isso, consegue uma série de regalias com os quadros que pinta para os oficiais. Sorowitsch é um criminoso esperto que só tem um objetivo: sobreviver de qualquer jeito.
Em 1944, ele é transferido, junto com outros prisioneiros, ao campo de Sachsenhausen, onde permanecerá até o fim da guerra, trabalhando na operação “Bernhard”.
Os Falsários é um filme de guerra que mostra um outro lado de um conflito desconhecido; não só o que se trava na Alemanha contra os outros países, mas, o que se trava pela sobrevivência, pois a "vida" seduz e faz que os prisioneiros estejam dispostos para trabalhar aliados com o inimigo por um dia mais de existência, ainda que muitos não tenham nenhuma esperança de rever a suas famílias e seus seres queridos algum dia.
Além disso, é o conflito dos comandantes que lutam desesperadamente para se salvar e salvar as suas famílias ao perceberem que a guerra deles não é aquela que foi prometida; mais ainda, ao "descobrir" que essa guerra já está perdida. Por isso, no roteiro há algumas falas marcantes que são a resultado dessa necessidade básica do ser humano na luta pela sobrevivência: um oficial que comanda a operação "Bernhard", por exemplo, disse que ele não é nazista. Ele afirma que, simplesmente, tem que cumprir um trabalho e as ordens que recebe, porque todos os que estão nesse jogo temem por suas vidas.
Die Fälscher mostra mais de uma cena violenta - talvez pela necessidade de continuar contando ao mundo as desgraças do conflito [esquecendo – de propósito?? - que há tantas guerras mais contemporâneas e mais cruéis que as do passado]. Por exemplo:
- Um oficial urina na cara de um prisioneiro.
- Outro oficial dispara a queima-roupa no prisioneiro que está doente e que pode contagiar aos seus colegas escolhidos para realizar o trabalho.
- Os chutes distribuídos, gratuitamente , pelos oficiais para canalizar a frustração e o medo de não conseguir cumprir com as exigências.
- O prisioneiro que é morto porque suspeitam que conversaram com ele, quando ninguém poderia saber nada da "operação" que está sendo feita.
- Ou aquele prisioneiro que se suicida ao finalizar a guerra porque sabe que a sua família já morreu.
Durante o discurso de Os Falsários, parece que tentam nos convencer que a operação “Bernhard” não teve mais sucesso graças à coragem dos prisioneiros em boicotar de uma ou de outra forma os esforços da Alemanha por falsificar os dólares e as libras esterlinas.
Se esta é a verdade – ou a verdade que os críticos querem divulgar - há algumas questões que não permitem que o filme, ainda que tenha ganho o Oscar, tenha um maior alcance. É como se fosse uma contradição nas questões morais e éticas que Os Falsários apresenta; não pelas personagens, mas sem pelo roteiro que tenta levar ao espectador para o lado dos "bonzinhos" da história.
O maior problema da operação é a falsificação perfeita do dólar americano para que os planos tenham sucesso. Nesse momento as duas personagens principais entram em conflito. Burger, o prisioneiro que escreveu o livro que inspirou o filme, trabalha junto com Salomon Sorowitsch e ele faz questão de boicotar a fabricação dos dólares. Burger sabe que, se os alemães no conseguirem falsificar o dólar, a Alemanha se complicaria mais com a guerra e, como é óbvio, os amigos e familiares dos prisioneiros teriam menos possibilidades de sobreviver; no entanto, o quê é mais importante nessa situação? A sobrevivência dele e seus seres mais próximos ou a derrota da Alemanha?
A conflito moral e ético que apresenta o filme é bom; ainda mais porque Sorowitsch pensa o contrário de Burger: ele só quer cumprir com seu trabalho para ganhar mais mordomias dentro da prisão; quer dizer que ele só pensa nele e não está nem aí com o que acontece com o resto das pessoas. O conflito cresce porque há alguns prisioneiros que querem denunciar Burger as autoridades, que já estão cansadas de esperar, motivo pelo qual ameaçam fuzilá-los.
Quando a ameaça real da morte se aproxima, eles conseguem finalmente falsificar o dólar; só que não houve tempo para realizar o plano completo.
O filme é bom graças a excelente atuação de Karl Markovics; mas, o belo discurso que tenta simplificar o combate entre o egoísta e o altruísta tem algumas questões que poderiam ter sido mais trabalhadas. Isso não tira os méritos do filme, mas não permite que ele seja um dos melhores.
O maior problema da operação é a falsificação perfeita do dólar americano para que os planos tenham sucesso. Nesse momento as duas personagens principais entram em conflito. Burger, o prisioneiro que escreveu o livro que inspirou o filme, trabalha junto com Salomon Sorowitsch e ele faz questão de boicotar a fabricação dos dólares. Burger sabe que, se os alemães no conseguirem falsificar o dólar, a Alemanha se complicaria mais com a guerra e, como é óbvio, os amigos e familiares dos prisioneiros teriam menos possibilidades de sobreviver; no entanto, o quê é mais importante nessa situação? A sobrevivência dele e seus seres mais próximos ou a derrota da Alemanha?
A conflito moral e ético que apresenta o filme é bom; ainda mais porque Sorowitsch pensa o contrário de Burger: ele só quer cumprir com seu trabalho para ganhar mais mordomias dentro da prisão; quer dizer que ele só pensa nele e não está nem aí com o que acontece com o resto das pessoas. O conflito cresce porque há alguns prisioneiros que querem denunciar Burger as autoridades, que já estão cansadas de esperar, motivo pelo qual ameaçam fuzilá-los.
Quando a ameaça real da morte se aproxima, eles conseguem finalmente falsificar o dólar; só que não houve tempo para realizar o plano completo.
O filme é bom graças a excelente atuação de Karl Markovics; mas, o belo discurso que tenta simplificar o combate entre o egoísta e o altruísta tem algumas questões que poderiam ter sido mais trabalhadas. Isso não tira os méritos do filme, mas não permite que ele seja um dos melhores.
Texto original de Patricio M. Trujillo O.
Está proibido a reprodução total o parcial do texto sem a autorização do autor por escrito.
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