Rock Around The Clock (Ao Balanço das Horas), foi o primeiro de três filmes (Rock Around The Clock [Ao Balanço das Horas, 1956], Twist Around The Clock [Na Onda do Twist, 1961] e Don’t Knock The Twist [No Embalo do Twist, 1962]) que contam uma mesma história e que hoje só lembramos deles pela música e os artistas da época, que mudaram o rumo da música popular: o rock ‘n’ roll.
Nestes filmes temos apresentações inolvidáveis de grandes astros: Bill Haley & seus Cometas; Chubby Checker, o rei do twist (até hoje suas músicas fazem as pessoas pularem para dançar); The Platters (quem ainda não se deleita ouvindo e dançando as músicas românticas deste grupo?), Linda Scott, The Marcels, Dion, Vicki Spencer (que na época tinha só dezesses anos), Tony Martinez, Freddie Bell, The Devolls e muitos outros artistas que marcaram a música dos anos cinquenta e sessenta e que até hoje são lembrados, uns mais que outros; mas todos aportaram os elementos que influenciariam não só uma geração, se não o mundo todo.
Falar de um destes filmes é falar dos três filmes ao mesmo tempo, pois além de ter a mesma história (com algumas mudanças na terceira), os acertos e erros são idênticos, pois o objetivo era divulgar e vender os nomes dos ídolos da juventude (do mesmo jeito que se faz hoje e que se continuará fazendo), com histórias singelas, diálogos pobres e, na maioria dos casos, com uma atuação pouco natural. Filmes cem por cento comerciais que levaram os jovens da época ao delírio e que hoje nos fazem sorrir com a saudade natural de quem ainda desfruta de ver e ouvir essas belas canções com suas contagiantes danças.
A história de Ao Balanço das Horas e Na Onda do Twist é a seguinte: um agente de bandas musicais está frustrado porque na apresentação do grupo para quem ele trabalha, não seduz mais os jovens, já que a música deles está morrendo; então, junto como um amigo, integrante da banda, vão de carro para Nova York e param uma noite em um povoado do interior. Ao procurarem um hotel, ficam impressionados com o que vem: há um grupo de jovens que toca um novo tipo de música e todos correm para dançar: jovens e velhos. Todos só querem dançar. É a hora de se divertirem no primeiro filme com o rock ‘n’ roll e, no segundo, com o “twist”.
É hora do Rock 'n' roll |
O agente percebe que é isso o que ele procura e decide fazer de tudo para levar a banda para Nova York, onde todos podem ganhar muito dinheiro. Mas as negociações não são fáceis. Tem que conversar e convencer a dançarina da banda, que é quem toma as decisões do grupo, já que eles levam uma vida normal: trabalham para viver e a música é só o passatempo do fim de semana.
Rapidamente “o amor está no ar”, e o agente e a dançarina, além de fecharem o negócio, estão apaixonados. Então, o agente parte para Nova York onde tem que enfrentar o “mandachuva” da agência que domina o mercado das apresentações das bandas musicas no país, pois quem quer ter sucesso, tem que contar com ele. Mas, há um pequeno “probleminha”: a filha do dono da agência está apaixonada pelo jovem agente e teima em que deve se casar com o jovem promotor, ainda que ele já tenha lhe dito que não se casaria com ela jamais. Então, o pai, em solidariedade a filha, por quem definitivamente ele é mandado, monta um esquema para enganar e frustrar as aspirações do jovem promotor, com o único objetivo de que a banda fracasse e que a sua filha possa se casar com ele.
Mas, tanto o pai quanto a filha não sabem que a banda que está indo para Nova York é realmente boa e tem tudo para ter sucesso. Sucesso que no final conseguirão no país todo, impondo um novo e contagiante e maravilhoso estilo de música.
No segundo filme, No Embalo do Twist, há uma mudança da história, mas com os mesmos ingredientes dos outros filmes. Um executivo deve conseguir os melhores músicos e dançarinos para um programa especial de televisão e, nessa busca, ele conhece uma bela dançarina por quem se apaixona e é a grande oportunidade para que ela tenha o maior sucesso; no entanto, a ex do executivo é uma estilista famosa e como não quer perder o “seu amor” para uma “garotinha”, monta um esquema para sabotar o espetáculo.
Estes três filmes não são um aporte essencial para o cinema; são filmes que já foram esquecidos e que só graças ao DVD (e aos ganhos que tem as distribuidoras com a venda de filmes velhos) foram resgatados para “matar saudades” da música dos anos cinquenta e sessenta; ao mesmo tempo, nos servem para demonstrar que é falsa a idéia que muitas pessoas falam por falar, quando dizem: “já não se faz filmes como antigamente”. Estas pessoas estão enganadas, pois antigamente também se faziam filmes fracos, artisticamente pobres e com uma história tão óbvia que depois dos cinco primeiros minutos você sabe o final. Porém, vale a pena assistir estes filmes só para lembrar essas velhas figuras do mundo musical que ainda não foram –e dificilmente serão- esquecidos.
Texto original de Patricio M. Trujillo O.
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