O filme que assistimos...

Você encontrará neste espaço comentários e analises de filmes de todas as épocas. Uma excelente oportunidade para aprender além do cinema.

Patricio Miguel Trujillo Ortega


30 de março de 2011

Fucking Ǻmål

Fucking Ǻmål. 1999. Drama-Romance. 86 minutos. Suécia-Dinamarca.

Com Alexandra Dahlström, Rebecca Liljeberg.

Dirección de Lukas Moodysson.

Fucking Ǻmål é uma história de amores e de frustrações. É um drama com final feliz.

Fucking Ǻmål é um filme que no ano da sua estréia foi o de maior bilheteria na história da Suécia, junto com Titanic. É uma história ótima, bem feita, com atores não profissionais e vamos tentar conversar sobre ele desde quatro pontos: o nome, as personagens, a história e seus significados. São quatro elementos que não podemos separar deste drama feliz. Na época, devido a parte da sua temática, foi uma novidade pois muitos filmes com uma temática similar, na maioria das vezes, tratavam o assunto de forma simplesmente trágica, com personagens estereotipados demais.

O nome Fucking Ǻmål diz muito. Ǻmål é uma cidade no interior da Suécia onde as pessoas vivem um mundo de tédio. Ainda que não há muitas tomadas da cidade, esta está presente como uma personagem que condiciona o comportamento da maioria das outras personagens. Os jovens estão cansados de morar na cidade, mas ao mesmo tempo, não vêem uma escapatória para ir a novas fronteiras e, ainda que não queiram, parece que estão condenados a continuar aí.

Agnes e Elim


Por isso, mais uma vez a crítica negativa à tradução do nome no Brasil. Aqui decidiram que se chame Amigas no Colégio. Este é um nome que assassina o filme. Tira a sua essência, a sua personalidade porque não se trata de amigas que estão no colégio onde vão conversar, brigar, namorar, fazer festas e todos os estereótipos, na maioria de vezes, ridículos e absurdamente exagerados nos filmes americanos. O Filme, além de tratar do amor de Agnes por Elim, trata da angústia e chatice de morar na cidade mais pacata do mundo, segundo suas personagens.

No cartaz publicitário do filme há quatro frases que dão força ao nome original: “Nunca mais sairei com um homem. Ficarei solteira”; “Por que temos que morar neste fodida Ǻmål?”; “Você sabia que as pessoas falam de você?”; “Prefiro desfrutar agora que dentro de 25 anos”. Com o título em português se condiciona a uma história que não existe e parece que tudo fica na superficialidade. O problema da tradução é que não souberam se enfrentar com o termo em inglês “Fucking”.

Mas este drama existencial “moralista” da tradução não é privilégio no Brasil. Na Argentina e outros países da América foi traduzido por um nome mais absurdo ainda: Descubriendo el amor. Um nome onde o tempo não existe, onde as personagens parecem não ter um espaço. Onde o público acredita que vai assistir a mais uma história boba de amor.

Agnes
Fucking Ǻmål é a história de Agnes, uma garota que vai fazer dezesseis anos e que mora na cidade Ǻmål, uma cidade pequena e a mais chata do mundo segundo a visão dos jovens. Ela, junto com a sua família, se mudou há mais de um ano a cidade e não tem amigos. Ela é tímida e na escola é desprezada por seus colegas. Ela, aparentemente, agüenta as piadas e os deboches dos seus colegas porque tem certeza do que ela "é" e esse segredo seu só é compartilhado com o seu computador onde guarda seus sonhos e esperanças.

A vida de Agnes não é fácil porque ela é fechada e não se relaciona bem com seus pais, a pesar de que estes tentam de todas as formas conversar e ajudar a filha. O pai se preocupa com ela e trata de lhe oferecer compreensão. Parece sensível e consegue reagir bem ante a crises que vive a filha. A mãe faz tudo o possível para que a filha saia de seu cascarão e que tenha amigas, mas não é fácil para ela vencer seus preconceitos ao descobrir o que acontece de verdade com Agnes.

O filme começa com os preparativos para a festa de aniversário de Agnes. Ela não quer a festa, mas os pais insistem e acaba aceitando entregar os convites aos seus colegas da escola sabendo que ninguém irá a sua casa, mas ainda porque essa mesma noite há outra festa aonde irão os jovens da cidade.

Neste ponto já sabemos que Agnes não é uma garota popular na escola. Mas ela não está preocupada em “ser popular”. Este conceito de “ser popular” é muito trabalhado nos filmes dos Estados Unidos quase sempre que se trata de uma história com adolescentes como se fosse o eixo da vida de uma pessoa. E isto é um mérito do filme Fucking Ǻmål: não perde tempo discutindo um conceito que só atrapalha e traz infelicidade para muita gente porque os pontos centrais dos jovens são outros.

A festa
É deprimente a cena na sala da casa de Agnes. A família está reunida esperando que alguém chame à porta. Parece que o tempo caminha muito devagar, como acontece com o tempo dos jovens de Ǻmål. A vida está parada; é como se não houvesse opções na vida e se quiserem alguma coisa especial a mais, terão que ir embora de Ǻmål, caso contrário ficarão aí para ter filhos e repetir um mesmo processo de tédio, sem nenhum objetivo a mais na vida.

Mas a festa de Agnes toma um rumo inesperado ao chegar na casa dela uma colega que também não é aceita na escola porque usa cadeira de rodas. O fato de serem rejeitadas as duas no colégio não cria nelas um elo. Tanto é assim, que Agnes acaba agredindo verbalmente a colega e zoando do presente que ela trouxe. Até entre os mais fracos, o mais forte tenta se vingar das suas frustrações, da sua solidão e a empatia que em algum momento apareceu entre elas desaparece. É como se dissessem: “que bom que ela sofra mais que eu”. A colega vai embora e Agnes fica no seu quarto até que chega outra colega, o que é uma grande surpresa para ela.

Elim e a sua irmã Jessica são duas garotas que moram com a mãe que está a maior parte do tempo trabalhando e quando está em casa, gosta de assistir programas de concurso na televisão. Essa é a vida da mãe. É como se não tivesse outras aspirações na vida. É o modelo que as filhas não querem para elas, mas será que conseguirão mudar o rumo?

Como Elim não quer se encontrar com Johan, que está apaixonado por ela, convence a irmã para irem na festa de Agnes. Johan, como Markus, o namorado de Jessica, e os outros rapazes do filme e, portanto da cidade, é um adolescente possessivo, machista, ciumento que se preocupa mais com a sua moto e seu celular que com as pessoas e com ele mesmo.
Um beijo por 20 koroas

E como é Elim? Ela tem 14 anos e carrega uma fama nada fácil. Preocupa-se com sua beleza física e é uma garota extrovertida e muito popular. É desinibida e bonita. Ele sabe que tem poder sobre os homens e gosta de usar seu poder. Pensa que será miss Suécia e sabe ser arrogante. Além disso, a fama disse que ela já esteve com quase todos os rapazes da escola, ainda que a verdade seja outra.

Ao chegarem à festa de Agnes, entram no quarto dela e ficam rindo da garota. Como estão aí só para fugir do tédio, entra em jogo a crueldade dos adolescentes. Jessica promete pagar 20 koroas para irmã se ela beijar Elim, pois na escola falam que Agnes é homossexual. Elim aceita o desafio e beija a força Elim. Logo saem as duas irmãs as gargalhadas, falando no nojo que foi, sem se importarem com os sentimentos de Agnes.

O tédio nos jovenes em Amal
Até esse momento, o filme nos mostra a vida despreocupada que levam os jovens na cidade de Ǻmål. É uma juventude como qualquer outra em qualquer cidade. Os adolescentes estão experimentado o caminho que querem tomar na vida e, o que é lamentável, parece que não há quem consiga orientá-los, talvez porque os pais não tem tempo ou simplesmente, porque é uma fase da vida em que os jovens acham que são adultos. Neste sentido, Fucking Ǻmål apresenta jovens como são na realidade. Não há comportamentos exagerados ou estereotipados como acontece em muitos filmes onde os jovens vivem loucuras inventadas mais para o cinema que para o comportamento habitual.

As cenas com os jovens fumando, bebendo, paquerando, se divertindo mostra o processo de auto-afirmação que é a característica dos adolescentes só que, no caso deles, há um peso a mais: o tédio. Seus rostos parecem cansandos, apenas como se só estivessem suportando tudo até chegar outro momento.

Agnes e seu sofrimento
Depois que Agnes foi humilhada por Elim, ela se fecha no banheiro e começa a se ferir fisicamente. Não sei se há uma tentativa de suicídio ou simplesmente é presa por esse comportamento doentio que afeta a muitas pessoas quando tem a necessidade de se punir pelas dores que não suportam. Inclino-me a pensar que as feridas que Agnes se provoca são um esforço de encaminhar a sua dor, a sua raiva, a sua frustração, pois o beijo, que ela tanto queria, foi mais que uma violência física.

Agnes está apaixonada por Elim e ainda que os tempos tenham mudado o comportamento das pessoas e que alguns conceitos da sociedade tenham melhorado, não é fácil para uma pessoa e, mais ainda para um adolescente, reconhecer publicamente a sua sexualidade diferente das “normas estabelecidas”, pois isto gera piadas de mau gosto, atitudes agressivas de parte das pessoas preconceituosas e medrosas de seus próprios fantasmas. E também não podemos esquecer que os pais não são, na maioria das vezes, as pessoas mais abertas para compreender que seu filho é o que ele é (e que ninguém tem que se meter com isso, depois de tudo, quem anda por aí criticando o comportamento heterossexual de um heterossexual? Então, por que tem que se preocupar as pessoas em falar da sexualidade de um homossexual? Não é da conta de ninguém). Mas Agnes não tem como direcionar seu sofrimento. Está sozinha apesar de que os pais fazem um esforço para tentar se comunicar com ela.

Indo para Estocolmo
Depois de ter ido embora, Elim percebe o erro da sua ação e, pela primeira vez, não está preocupada em ser a garota de que todos falam. Ela está arrependida do que fez e volta para casa de Agnes. É a oportunidade que as duas tem para se conhecerem e darem os primeiros passos de uma amizade. Elim convece Agnes de que a acompanhe a outra festa, mas no meio do caminho, entre conversas das frustrações e as ambições, ambas decidem ir para Estocolmo naquele furor típico dos adolescentes, sem perceberem dos perigos que significa sair de noite, sozinhas, pela estrada, pedindo carona. É a idéia de que com a paixão pode se fazer o que se deseja realmente. Quando finalmente o motorista de um carro lhes oferece carona, o veículo não funciona. Enquanto o condutor revisa o que acontece, Elim e Agnes, sentadas na parte de trás, se olham e sentem um impulso de paixão, até esse momento desconhecido por Elim e desejado faz muito tempo por Agnes, e acabam se beijando euforicamente e com prazer.

Agnes finalmente está com a pessoa que ama. E para Elim se abre um novo mundo de possibilidades até esse momento impensável. No caso da Elim não é o desejo sexual que leva beijar Agnes e sim a possibilidade de encontrar um amor. Isso faz dela lésbica? Pode gostar de outra garota? Poderá suportar o que isso significa dentro do círculo da escola e do seu relacionamento com a sua irmã, com quem tem uma relação de amor-ódio permanente? Ela, a garota mais popular que ainda é virgem embora todos falem que já teve relações com quase todos os rapazes, está preparada para aceitar o que lhe aconteceu?
Elim está preparada para aceitar?

Elim, então, decide ignorar por completo a Agnes e faz justamente o que não queria porque necessita fugir da sua tormenta interior: começa a sair com Johan e tem sua primeira relação sexual que não a deixou satisfeita para nada. Todavia percebe a imaturidade do namorado e esse relacionamento começa a atormenta-la porque não pode fugir definitivamente do que ela já sente por Agnes, que a sua vez se sente novamente humilhada. É como se Elim houvesse feito dela um brinquedo por uma noite. Na escola já sabem todos a história do beijo pelas 20 koroas e isso gera as atitudes agressivas e desagradáveis dos seus colegas, como quando uns garotos mostram para ela fotografias de mulheres nuas e perguntam de qual gosta mais. O próprio irmão coloca a Agnes em cheque-mate frente aos seus pais ao perguntar inocentemente em casa o quê significa “lésbica”. Um duro golpe para mãe ao descobrir o que é a sua filha.

Mas, Elim não pode fugir permanentemente. A força que se desatou dentro dela não permite mais continuar com Johan e finalmente tem que tomar uma atitude. E essa atitude transforma a última cena do filme numa cena maravilhosa, linda, que dá vontade de bater palmas e de nos aproximar das duas garotas para parabeniza-las e dar todo o apoio que elas merecem.

Fucking Ǻmål é um ótimo filme que incomoda a pessoas preconceituosas que ficam “assustadas” com as descobertas e aceitações das duas garotas; mas, o filme não é só isso. O diretor soube apresentar com diálogos precisos e tomadas exatas esse mundo que envolve aos jovens sem perspectivas, que vivem a vida por vivê-la ainda que queiram viver de outro jeito. O filme não é crítico e deixa que o espectador tome a sua decisão em todos os pontos delicados que apresenta: a família, os amigos, os namorados, as namoradas, os pais, o futuro, a relação lésbica. Esta, principalmente, não é questionada. Ao contrário, apresenta o lesbianismo de uma forma neutra, sem apologias nem condenações. Ela está aí e é tão conflitiva quanto a relação heterossexual no mundo dos adolescentes.

Não podemos terminar de falar sem mencionar duas linhas sobre a trilha sonora. Ela é outra personagem do filme porque acompanha os diversos estados de ânimo que vivem as personagens. Muitas vezes a música complementa a narrativa.

Fucking Ǻmål ganhou o prêmio Teddy no Festival de Cinema de Berlim em 1999 e recebeu vários prêmios da Academia Sueca de Cinema. Também foi nomeado para Melhor Filme Europeu (1999).

Texto original de Patricio M. Trujillo Otega.

21 de março de 2011

Corner in Wheat


Corner in Wheat. 1909, Drama. 14 minutos. EEUU.

Dirección de D. W. Griffith.

Hoy queremos hacer un breve comentario de un cortometraje de 1909 de uno de los grandes pioneros del cine: D. W. Griffith. Para quien no sabe nada de él, una sola información: realizó más de 400 películas y muchas de ellas fueron controvertidas en su época, como The Birth o a Nation (1915), que trata sobre la intolerancia racial.

No nos vamos a detener con más informaciones sobre Griffith, pues los interesados van a encontrar mucha información, seria y competente, sobre él y el tipo de cine que realizó este cineasta.

Hoy nos interesa hablar de Corner in Wheat, del que ya se han hecho análisis profundos y meticulosos. Nosotros solo queremos trazar algunas impresiones de esta película para el público que no está acostumbrado a ver cine clásico y, más específicamente, el cine mundo.

Ha transcurrido más de un siglo desde que fue hecha esta película; el cine ha cambiado y el público actual necesita, muchas veces, aprender a ver este tipo de producción, porque si se lo mira con los ojos de hoy, se desperdicia el tiempo y se mata la película.

Según las informaciones que se encuentran en internet, Corner in Wheat, es una historia adaptada de la novela The Pit de Frank Norris (1903), y está hecha en solo veinticinco tomas, algo grandioso para la época en la que el cine cambiaba a una velocidad sorprendente. En aquella época, se filmaba con una cámara fija y nada más; los actores no disponían de mucho espacio para moverse. Sin embargo, Griffith utiliza una técnica para impactarnos con su película: en algunas escenas los actores se aproximan y se alejan del lente; en otras, los movimientos son lentos, extremadamente lentos. De esta manera, nuestro cineasta crea un diálogo adicional en la construcción de la historia y el público no consigue permanecer indiferente.

La historia.-

Corner in Wheat es la historia de un hombre que decide apoderarse del mercado mundial del trigo.

Es un cortometraje de contenido social en el que se enfrentan el capitalismo salvaje y la miseria del campesino como dos mundos paralelos antagónicos. Por un lado, están los campesinos que siembran el trigo y no tienen dinero para comprar el “pan” hecho con el trigo que ellos han sembrado; por otro lado, el “rey del trigo” que ha decidido ser el dueño absoluto del mercado mundial y a quien no le importa lo que sucede a su alrededor, mientras no le afecte.

La película empieza con dos escenas que presentan los mundos opuestos y antagónicos que luchan entre sí sin llegar a enfrentarse directamente.

Primero está el campesino, su familia y el arduo trabajo que los espera. En la primera escena, aparecen dos hombres que están acompañados por una mujer y una niña. Ellos recogen las semillas de trigo y las guardan en unas bolsas, pues están preparándose para ir a sembrar en un campo inmenso. El movimiento de las manos es lento, como si ellos estuvieran acariciando el producto, al mismo tiempo que sus miradas son tristes y están perdidas. En seguida, aparecen en el campo por donde caminan lentamente, transmitiendo de esta manera la sensación de lo agotador que es el trabajo de ellos. Como dijimos al principio, la técnica que aquí utiliza Griffith es la del personaje aproximándose a la cámara. Pero no lo hace solo por las dificultades propias de la época, sino porque es la forma que él encontró para mostrar con mayor intensidad el drama que se propuso narrar. Luego, estos personajes que se aproximan al “espectador”, hacen un giro de ciento ochenta grados y se alejan.



Enseguida conocemos al “Rey” del Trigo: un hombre muy bien vestido y que está fumando, en su despacho, sentado, pensando, mientras sus secretarios están atrás de él, ansiosos, esperando por sus órdenes. De repente, él tiene una idea y empieza a distribuir las tareas. La escena es agitada y todos salen a cumplir sus obligaciones. Sin embargo, hay un hombre, a la derecha, de espaladas a la cámara, que no se mueve para nada. Este hombre aparecerá todas las veces en las que la acción se desarrolla en el despacho del “Rey” del Trigo. Este personaje tiene siempre esa actitud rígida.

El Rey del Trigo va a la Bolsa de Valores donde intimida a las personas y usa la violencia cuando es necesario para conseguir sus objetivos. Una vez que lo logra, regresa a su despacho donde conmemora el éxito de sus acciones, extendiéndolo en un gran banquete con sus amigos.


Hay dos puntos interesantes en las tres escenas que acabamos de describir: la velocidad de los movimientos de los personajes en la Bolsa de Valores frente a la lentitud de los gestos del Rey del Tigre; y, la acción dramática provocada por la violencia que emplea este, cuando las personas, que se sienten perjudicadas por sus acciones, le suplican algo al hombre poderoso que las ignora.

Continúan las escenas paralelas: son seis tomas que caminan juntas. Mientras los festejos suceden alrededor de una mesa donde hay abundante comida y bebida y mucha gente elegante que celebra el triunfo del Rey del Trigo, en una panadería hay un cartel que anuncia el aumento del precio del pan, de 5 a 10 centavos, por culpa del aumento del precio del trigo. Los primeros clientes en la panadería se quedan sorprendidos con la noticia y se ven obligados a pagar lo que se les pide. En esta secuencia, las escenas cambian dramáticamente: de la fiesta a la panadería y de esta a la fiesta, para volver a la panadería, con una imagen estática: hay una cola grande de clientes frente al pan y la tristeza impregnada en sus rostros, al sentirse impotentes porque no pueden comprarlo.


Después de otra escena rápida del banquete, una mujer y su hija pequeña, las mismas que aparecen en la primera escena de la película, no pueden comprar pan y se acercan a los campesinos que siembran el trigo. Nuevamente, los movimientos son lentos, extremadamente lentos. El efecto que causa es impactante: por un lado está la ostentación y la ambición del banquete del Rey del Trigo y, por otro lado, la miseria de quienes no pueden comprar pan a pesar de que ellos fueron los que sembraron el trigo con el que se ha hecho ese mismo pan. Al mismo tiempo, el pan se acaba en la panadería y se ven obligados a llamar a la policía para que expulsen a los clientes que no quieren salir del local. Es una escena de mucha violencia, con cachiporras y revólveres.


Luego vienen cinco escenas con las que se empieza a cerrar la ironía del destino de la vida. El grupo de hombres y mujeres, siempre elegantemente vestidos, que han estado festejando el triunfo del empresario, lo visitan en su despacho y van todos al silo para conocer la propiedad del “Rey” del Trigo. Se intercalan varias escenas cortas de los visitantes, de un par de empleados, del silo, del almacenamiento del trigo, hasta cuando se ve el contenido de un telegrama: “You have control of the entire market of the world. Yesterday added $4.000.000 your fortune”.

La alegría del Rey del Trigo es incontrolable y al quedarse solo por un instante, se cae en el silo y el trigo lo sepulta. La escena es desesperante debido a la velocidad de los movimientos. Cuando los amigos le encuentran al Rey, ya es demasiado tarde. Las mujeres lamentan la muerte con movimientos exageradamente teatrales.

La película termina con una escena similar a la del principio: los dos campesinos vuelven a recorrer el campo, mientras siembran trigo. Ellos se detienen frente a la cámara, dan la vuelta, y se alejan nuevamente.

¿Una historia moralizante?

En solo catorce minutos, D. W. Griffith nos presenta una película compleja, desde el punto de vista de su temática, y rica en el lenguaje cinematográfico, el que ya lo mencionamos anteriormente: los movimientos, la aproximación a la cámara, la velocidad en determinados momentos, el paralelismo, etc.

Pero ahora, vamos a intentar entender qué hay atrás de esta película. Empecemos por el título de la obra que es explícito: el verbo “corner” hace referencia al monopolio, que es justamente el tema de la película: la ambición de un empresario por controlar el mercado hasta las últimas consecuencias.

Indudablemente, Griffith nos ofrece una película moralista, pero no del tipo simplista en la que el “malo” es castigado y el “bueno” recibe la recompensa. Porque si bien es verdad que el Rey del Trigo muere, con su fallecimiento nada ha cambiado, y eso se lo ve en la última escena, que puede ser el inicio de la película, lo que da a entender que estamos en un círculo social vicioso sin principio ni fin. El Rey muere, pero su poder permanece vivo.


¿Podemos afirmar que esta es una película de denuncia social? ¿La historia retrata la situación de los campesinos y productores de finales del siglo XIX? ¿Es una crítica y una denuncia a la estructura de algunos empresarios estadounidense de aquella época?

Sea cual sea la idea, percibimos que Griffith denuncia cómo las actitudes de los dueños del mercado afectan notablemente a grandes sectores de la población. Empleando palabras más sofisticadas: la película es una muestra visual poderosa, en la época en que fue hecha, de los efectos negativos que provoca el monopolio, y más aún si añadimos la avaricia del empresario.

Esto que acabamos de decir, tal vez no tenga ningún efecto especial en el público contemporáneo que está acostumbrado a escuchar y a ver las denuncias, prácticamente en vivo, pero debemos pensar en el efecto que tuvo en la época de la película, cuando la población no tenía el acceso a la información con la velocidad y de la misma manera que hoy la tenemos. Además, el acceso al cine en 1909 era restricto.

No podemos decir que Griffith era un antiamericano, o antisistema o pre bolchevique: él simplemente tuvo la genialidad y osadía de mostrar al “gran público” lo que se sabía que existía, pero solo de oídas.

Hoy por hoy, Corner in Wheat no nos provoca la misma conmoción que pudo haber provocado en la época, pero no hay duda de que su director tuvo la visión para usar el arte y mostrar un realidad tan vigente en aquella época como en la actualidad. Corner in Wheat es una película que no la podemos ignorar y vale la pena verla de vez en cuando.

Texto original de Patricio M. Trujillo O.

Está prohibida la reproducción total o parcial del texto sin la autorización escrita del autor.

19 de março de 2011

The Kids Are All Right


The Kids Are All Right, 2010, USA. Comedia dramática. 107 minutos.

Con Annette Bening, Juliana Moore, Mark Ruffalo, Mia Wasikowska, Josh Huntcherson.

Dirección de Lisa Cholodenko.

The Kids Are All Right es una película a la que vamos a clasificarla de género “indefinido”. Hay un poco de drama, pero no llega a ser dramática. Hay momentos que pretende ser una comedia, pero los hilos conductores de la historia no son tan “cómicos” como se quiere; por todo eso, dejémosla como la hemos definido al principio y empecemos hablando de sus aciertos.

Mamá y mamá: una familia de lesbianas.-

The Kids Are All Right es la historia de una familia y el primer acierto y mérito de Lisa Cholodenko es que la familia que escogió para su historia está formada por una pareja de lesbianas: mamá y mamá en una unión estable, con hijos legítimos, con trabajo, con casa, con sueños. ¡Una vida hecha y derecha! Una familia a la que no se la puede cuestionar nada.
Nic y Jules

Pero lo que más acierta en la elección de una familia formada por una pareja lesbiana es que no hay espacio para hacer discursos en los que se pueda comparar esta familia con otras formada por padres heterosexuales; no se levantan cuestiones de prejuicios sociales y religiosos, y peor el de víctimas. Al contrario, se presenta un hecho real en nuestra sociedad a la que hay que ver como ella es: una familia formada por dos mamás y sus hijos es una familia y no hay más discusión.
 
Nic y Jules
El eje central de The Kids Are All Right es la familia y su integridad. Los miembros de esta familia se unen en los buenos momentos y se enfrentan entre sí para resolver los malos. No tienen miedo de estar y permanecer juntos y de sentarse en torno a una mesa para conversar, para discutir, parar mirarse a los ojos y, cuando es necesario, para pedir disculpas por haber perjudicado a alguien.

Y lo importante en la construcción de la historia es que no hay los típicos moralismos ni los sentimientos de culpa religiosos, muy comunes en las películas que abordan cuestiones familiares.

Estamos frente a un grupo familiar con sus valores, en los que la unión entre sus miembros ayuda a superar los problemas familiares que se presentan porque, por más perfecta que sea una familia, siempre habrá dificultades influenciadas ya sea por elementos externos y/o internos que, muchas veces, no son controlables. Sin embargo, sí se puede intervenir para que esos problemas no destruyan lo que se ha consolidado con tanto esfuerzo. Es la decisión que cada miembro de la familia debe querer, o no, asumir.
 
Nic y Jules
Y este es el otro gran acierto de Lisa Cholodenko: nos presenta una familia que, al final de la historia, sabe salir adelante. Y fortalecida porque supo enfrentarse con sus propios miedos y no temió en encontrarse con ella misma (algo que no es muy común en la mayoría de las películas estadounidenses donde el elemento “familia” aparece en una eterna crisis, con familias separadas de las más diversas formas).

Otro aspecto interesante es que la familia de Cholodenko está unida y los hijos en ningún momento hablan mal de sus mamás. A pesar de que viven situaciones que no les agrada, no hay los típicos diálogos de otras producciones en las que los hijos se refieren a sus padres con adjetivos y comentarios de burla. Esta familia  tiene un concepto: el único medio de seguir adelante cuando hay una crisis es estar unido.

La historia.-

The Kids Are All Right cuenta la historia de una familia formada por la mamá Nic y la mamá Jules. Ambas tienen dos hijos: Joni y Láser. Cada hijo fue concebido por una de las madres a través de la donación de esperma. Nic es médica y Jules está queriendo abrir un negocio de paisajismo / jardinería. Joni es la hija mayor y está a punto de abandonar el hogar porque va a ingresar en la universidad. Láser es un muchacho tranquilo al que le encantan los deportes.

El eje central de la historia y que se nos revela poco a poco hasta que lo llegamos a comprender a plenitud es la partida de Joni. Lamentablemente este eje tiene muchas distracciones que le quitan fuerza a la película y esplique porqué se han hecho traducciones tan absurdas del título de la película. En muchos países de Hispanoamérica la llamaron Mi familia y en Brasil, Mis mamás y mi padre (Minhas mães e meu pai).
Joni y Laser
Como sucede en la sociedad estadounidense, los hijos abandonan la casa familiar para iniciar su propio mundo cuando cumplen dieciocho años de edad. Y Joni ya está lista para salir; no obstante, la partida de ella le afecta a Nic que no sabe cómo exteriorizar lo que sufre con la idea de su hija, razón por la cual se vuelve irritante, irritable, intolerante, grosera y mal humorada. Como consecuencia, Jules que ama mucho a su esposa se ve afectada y, aunque no se justifica de ninguna forma, llega a poner en riesgo la estabilidad familiar.
 
Joni y sus mamás en la universidad
He dicho que el eje central de la historia es la partida de Joni, pero la historia inicia desde otro punto de vista: Laser quiere saber quién fue el donante del esperma. Tiene curiosidad por saber cómo es el hombre responsable por la existencia física de él y de su hermana.

¿Será que esta curiosidad es natural y saludable? Grandes discursos se pueden hacer al respecto, sin embargo este es un tema que permanece oculto en la película. No se lo justifica; no se lo explica de ninguna manera. Aparentemente no hay ninguna razón que justifique el que Laser quiera conocer al “padre” físico, pues los cuatro integrantes de su familia tienen una relación saludable y harmoniosa. Es verdad que hay problemas y que se dan algunos roces, pero nada que sea alarmante. El aire que respira dentro de la casa es saludable. ¿Por qué, entonces, esa necesidad tan repentina de Laser de conocer al “padre”?

Aunque sus mamás se oponen a que sus hijos sepan quién fue el donante (ellas tampoco lo saben y no tienen ningún interés en saberlo, pues eso no va a contribuir en nada a la familia, ya que, después de todo, ellas pagaron por el esperma), Joni, a pedido de su hermano, le ayuda a descubrir quién fue el donante.
The Kids Are All Right
Mientras veía la película, tenía la impresión de que esa búsqueda por el “padre donador del esperma” fue solo un pretexto para colocar un elemento extraño a la familia que, sin proponerse, puede ser el punto de ruptura de esa sociedad – la familia de Nic y Jules -, algo que sucede todos los días en cualquier agrupación humana cuando llegan influencias que no estaban previstas por nadie. De esta manera me explico la aparición del “padre” porque no hay elementos suficientes que ayuden a entender por qué los muchachos quieren conocerlo.

Joni y Laser son dos jóvenes equilibrados, felices y la presencia del “padre genético” no añade, a la larga, en la vida de ellos. Es verdad que los dos chicos establecen una “amistad” simpática con el “padre”, pero luego esta se queda en la mera ilusión porque vendrán otros acontecimientos que harán que Joni no quiera saber nada nunca más de ese hombre.

Algunos problemas con la historia.-

Un punto destacable con la presencia de este “padre” es que en ningún momento se lo presenta bajo el discurso de la necesidad de una “presencia masculina” que mucha gente lo usa a tontas y a locas para esconder sus miedos y prejuicios homofóbicos.

Pero, este es un hijo suelto que no deja que The Kids Are All Right sea una gran película como podría haber sido.
Laser, Joni y Paul
Luego que los hermanos conocen a Paul Hatfield, el donante del esperma, e inician una especie de amistad entre los tres, a pesar de que sus mamás se oponen, Jules se relaciona con Paul cuando acepta cuidar el jardín de una propiedad de él y, entre trabajo y miradas, se hacen amantes.

Al llegar a este punto, la película se pierde en estereotipos que tal vez, para algunos, sea la parte “cómica” de la historia; pero la verdad, es que no añade nada nuevo ni interesante a la historia; incluso porque en ningún momento Jules se cuestiona su sexualidad; al contrario, reafirma a cada momento que es lesbiana y que ama a Nic. A pesar de eso, en lugar de arreglar el jardín para lo que fue contratada, vive en la cama con Paul y con la conciencia pesada.

Por otro lado, los diálogos entre esta “pareja casual” son insípidos y algo tontos. Después de haber hecho sexo, se arrepienten, dicen que no pueden continuar encontrándose de esa forma y enseguida vuelven a la cama. ¡Eso ha lo hemos visto en cientos de película! El mismo diálogo, la misma reacción.

¿Será que alguien aún consigue reírse con ese tipo de escena tan trillada? Como por ejemplo, Jules e Paul están en la cama y toca el teléfono celular de Paul. Es Joni quien le llama y Jules se desespera para que nadie se dé cuenta de lo que sucede.

¡Qué escenas tan repetidas en miles de películas ‘románticas’! Luego, cuando ambos están juntos nuevamente proclaman con seriedad que no pueden continuar y, por efectos de la gravedad, caen revolcándose en la cama!
Nic y Jules
Paul es un personaje pobre y cumple un papel algo ridículo en la película porque, aunque es el “padre físico” de los jóvenes, no aporta nada nuevo a la familia. Su relación con Joni y Laser es superficial; al acabarse su relación pasajera con Jules, desaparece de la vida de todos. Además, parece que fue colocado en la historia para repetir aquella frasesita del sueño americano: “Si quieres triunfar, debes intentarlo aunque no vayas a la universidad. Las oportunidades están ahí si es que tú quieres. Yo no fui a la universidad y soy un hombre de éxito, etc..”, pues ese es el discurso que él tiene cuando les cuenta a sus “hijos” sobre por dónde anduvo en la vida.

Incluso los primeros diálogos de Paul muestran al hombre “machista” por excelencia. Cuando le comunican que sus espermas fueron usados por dos lesbianas, él dice que le gustan las lesbianas; pero su sonrisa dice lo contrario a sus palabras; es decir, para él las lesbianas son para la satisfacción sexual del hombre. Por otro lado, cuando aparece con Tanya, una enamorada con la que mantiene una relación casual, la despacha sin pena ni gloria cuando ella le dice que echa de menos las citas con él.

Personajes vacíos que le perjudican a la película.-

Hay otros personajes vacíos que son una pérdida de tiempo. Los minutos en los que ellos aparecen podrían haberse aprovechado mejor para profundizar más los choques que se dan en la familia, principalmente cuando las mamás intentan conversar y educar a sus hijos.

Estos personajes vacíos con Sasha y Clay y son extremadamente estereotipados.

Sasha es amiga de Joni y aparece en cuatro ocasiones con diálogos vanos, superficiales, haciendo chistes sexuales sobre su amiga y un amigo de ella. Este diálogo se da en dos escenas. Luego hay una tercera escena en la que ella está cenando con Joni y Paul y comenta con su amiga que Paul se le está insinuando. Por último, hay una fiesta que aparece de la nada en la que ella le presiona a Joni para que le bese al amigo con el que debería acostarse. Joni le hace caso, le besa al amigo y se siente frustrada: el amigo es solo un amigo. No hay la química hormonal que Sasha tanto decía que había.
Joni y Laser
Sasha es uno delos más personajes más tontos que he visto en los últimos años del cine y parece que fue construido solo para llenar un hueco en el tiempo.

El amigo de Laser, Clay, no se queda atrás. Es un chico estúpido, irresponsable, drogadicto y no respeta a nadie ni a nada. Cuatro veces aparece en la película y su presencia debe ocupar unos cinco o seis minutos. Primera escena de Clay: está en la casa de su amigo, donde están jugando en el suelo, luchando, derribándose hasta que el papá de Clay salta encima de él para enseñarle cómo se pelea. ¡Una escena que nos conmueve y que nunca la podremos olvidar! ¿No es verdad?

Segunda escena de Clay: él y Laser invaden la habitación de las mamás de Laser para buscar drogas. En lugar de las drogas, que no hay en la casa, encuentran objetos sexuales de la pareja, con los que Clay juega, y una película pornográfica que se ponen a ver. Esta escena es de mal gusto, algo grotesca, y parece que fue hecho con el pretexto para desarrollar posteriormente un diálogo débil entre las mamás y Laser, porque ellas están algo preocupadas con la sexualidad de su hijo y quieren saber si él es homosexual o no, pues no comprenden cómo puede ser amigo de un chico tan estúpido.

Tercera escena: Laser, Paul y Clay caminan por un parque. Clay intenta hacer una acrobacia con su monopatín y lo único que consigue es caerse al suelo y romperse los brazos. Así llega la cuarta magnífica escena, de pésimo gusto también: los dos amigos caminan por la calle. De repente, aparece un perro y Clay le pide a su amigo que coja a perro con fuerza porque quiere orinar encima del animal. Laser, finalmente, se da cuenta de lo que es su amigo y lo deja solo.

¿Por qué fueron concebidos estos personajes tan absurdos? ¿Para decirnos que los dos chicos tienen una vida social “normal” “a pesar” de que son hijos de dos lesbianas?
 
Jules y Paul
Realmente no encuentro la respuesta, pero le quito muchos méritos a una película que, en un primer momento, fue bien pensada.

Palabras finales.-

The Kids Are All Right es una historia que podría haberse transformado en una gran película, innovadora principalmente en lo que se refiere a algunos temas; sin embargo, tiene algunos “lugares comunes” y estereotipos que nos dejan un sabor medio amargo, a pesar de las buenas intenciones y los aciertos de la directora Cholodenko, sin dejar de lado, claro está, las actuaciones impecables de Annette Bening y Juliana Moore.
 
The Kids Are All Right
A pesar de los estereotipos que hemos comentado, The Kids Are All Right es una buena película y tiene muchos méritos, como por ejemplo, la preocupación de las madres por mantener el equilibrio de su hogar; el esfuerzo que hacen ellas para que sus hijos se abran con ellas y puedan dialogar de sus problemas; la humildad de Jules en reconocer sus errores; el intento de Nic en aceptar a Paul en la vida de la familia a pesar de que no le gusta su presencia; la constancia de las mamás en estar al lado de sus hijos y en sus propias vidas, sin nunca desistir, lo que explica que hubiera sido nominada a cuatro Óscares entre otros muchos premios, como Globo de Oro, BAFTA, etc.

Para mí, el punto más importante de la película fue el presentar una relación entre “mamá” + “mamá”, como modelo positivo de una familia. Algo necesario para los tiempos actuales.

Texto original de Patricio M. Trujillo O.

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